sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Outros Olhos (Caio S. C.)



Ao me olhar pela manhã,
no espelho sobre luz do sol,
olhos diferentes encontrei.

Mais velhos,
surrados,
um idoso em um jovem,
era cinza a alma
daquele homem.

Não me sentia mais o mesmo,
trocaram meu corpo com outro?
Me colocaram aqui
Em um conhecido desconforto.

Pela janela da alma
algo diferente era possível ver,
uma alma mais fria e vaga,
e um vazio onde havia,
outrora,
você.

Na cabeça as mesmas feridas,
na memoria as tantas despedidas.
No coração o velho bater,
em cada veia,
quilômetros do sofrer.

E tudo volta,
circula,
remete as marcas de expressão
de um garoto velho de 20 e tantos
com nenhum amor no coração.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Suspiro (Caio S. C.)



Suspiro

A cada suspiro
sinto que um pouco de mim
se vai.

Cada dor carregada,
aos poucos o peso que carrego,
cai.

As pilastras nada mais sustentam,
dentro deste templo
existe uma inundação,
mas de lagrimas.

Cada sorriso dado por educação
é um corte a mais no peito,
é um soco a mais no estomago
Cem quilos a mais de desespero.

Já não sei mais o que passa
dentro de minha mente,
se já me perdi,
maluco,
ou só me encontro doente.

E assim vão os dias,
os suspiros.
Veja cada dia um amor,
cada dia um amigo.

Suspire por suas dores,
por toda perda e paixão.
Suspire o ultimo sopro
que guardei no coração.


sábado, 13 de setembro de 2014

O dente-de-Leão (Caio S. C.)



Ao caminho do meu fim,
da minha perdição,
encontro um perfeito e belo
dente-de-leão.

O que será de você,
já não sei,
por isso temoroso,
assoprei.

Desejei com todo folego
e todo amor restante,
que você superasse
esse amor agora distante.

Dois corações foram partidos,
os caminhos bifurcados.
Rezo que você entenda
rezo que sabia e compreenda
o quanto ambos
foram amados.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O que fui - (Caio S. C.)

Atrasado - por Caio S. C.

Muita coisa fiz,
nada também foi feito,
me sujei para tocar-te,
me perdi para beijar-te,
guardei um segredo no peito.

Sonhos que nunca tive
eu tive de destruir,
amores que adquiri,
esqueci para te seguir.

Em mil lugares ao mesmo tempo
ao seu lado eu ansiava estar,
posicionando todos meus Eu's
um só lugar,
em um ser só,
feito para te amar

Ainda acredito que sejas uma ilusão
a maior distração já inventada
a paixão mais perdida e calorosa
a mais platônica dentro das madrugadas.

Estar perto de você parece proibido
me abrir parece armadilha,
sua reciprocidade parece um truque,
no qual me vejo mergulhar.

Oceano profundo é o caminho até você
a pressão de estar perto vai me matar
me fazendo explodir,
ou morrendo sem ar.

Apenas me diga a verdade,
diga-me que estou enganado,
tudo é uma falsa realidade
ou acredito que sou amado?







Quero ser sua luz (Caio S. C.)

Foto de 21 de julho de 2012 por Caio S. C.
Queria ser essa luz do dia-a-dia
que te toca sem
ou com permissão,
que te aquece em dias frios,
que te afasta a solidão.

Uma luz branda ao anoitecer
para poder te ninar,
pela manhã
te ajudar a florescer,
para preencher o coração de amar.

Vir de longe
do horizonte,
e chegar junto a ti pelo mar,
enquanto seus pés descansam na água
salgada,
torno-a doce
ao te amar.

domingo, 9 de março de 2014

O herói de partida (Caio S. C.)

Ele sonhava grande,
queria salvar ao mundo,
salvar todos os amigos,
retira-los de erros,
amargos e profundos,
próprios ou advindos de terceiros.

Queria ser uma luz,
um guia,
um suporte.
e era.
Infelizmente.
Era.

Neste “mundo” não poderia mais viver
pois se deu conta
que tentar e salva-los
não os fazia,
profundamente,
aprender.

Não os queria ver sofrer,
então os ensinou o que era necessário,
“Siga o coração,
não tema em ser enganado”.

Deixou sua mensagem
por que precisava ir.
Não podia mais ser o herói de ninguém
nem pertencia ao aqui.

Agora não era mais farol,
nem luz,
nem luar.
Tornou-se o universo
e antes de ir
rezou para no coração de todos

ecoar.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Encaixe (Caio S. C.)


Encaixe perfeito é um perigo,
Posso estar com qualquer pessoa
Que sua casa vira abrigo.
Posso conhecer qualquer alma
E me tornar amigo.
Qualquer animal
E me tornar igual.

Não tenho encaixe,
Não sou uma peça
Sou uma forma,
Disforme,
Com fome
De quem ama,
De amor,
De ser amado.

Infinitas possibilidades me cercam
Outras infinitas me esperam,
As tentações me puxam pela camisa
Enquanto sigo meu caminho
Nublado
Aberto
Fechado.

Só depende de mim,
O mundo é meu,
Mesmo sem eu o possuí-lo.
Eu sou de todos,
Mesmo apenas a mim,
Pertencendo-me.

(Caio S. C.)