sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Outros Olhos (Caio S. C.)



Ao me olhar pela manhã,
no espelho sobre luz do sol,
olhos diferentes encontrei.

Mais velhos,
surrados,
um idoso em um jovem,
era cinza a alma
daquele homem.

Não me sentia mais o mesmo,
trocaram meu corpo com outro?
Me colocaram aqui
Em um conhecido desconforto.

Pela janela da alma
algo diferente era possível ver,
uma alma mais fria e vaga,
e um vazio onde havia,
outrora,
você.

Na cabeça as mesmas feridas,
na memoria as tantas despedidas.
No coração o velho bater,
em cada veia,
quilômetros do sofrer.

E tudo volta,
circula,
remete as marcas de expressão
de um garoto velho de 20 e tantos
com nenhum amor no coração.

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