quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Meu amigo Ego - Parte I (Caio S.C.)



Somos seres humanos, e dentro de nos, vivem bilhares de centenas de coisas, visíveis ou invisíveis, materiais e metafísicos, um exemplo de uma das piores coisas é um vermezinho que nasce rente a nossa alma, grudados, e quem deixa sua alma alimentá-la, cria o nosso pior Tamagotchi, o Ego.
Crescido independente, pelo menos nas áreas de conhecimentos, na qual o levou a aprender tudo que sabia de forma autodidata – o que deixaria qualquer pessoa orgulhosa de seu filho(a) ou amigo –  de tal maneira que o fizera se sentir orgulhoso de si mesmo. Mas existe uma linha que diferencia a arrogante medíocre o orgulho humilde. Mas o garoto atravessou a ética, deixando crescer seu próprio monstro.
Sua criatividade era imensa, assim, criou inconscientemente um pequeno belo monstro, na sua visão era um ser que representava seu poder, como o dragão de um cavalheiro, que flamejava contra os inimigos e suas armaduras. No caso do garoto, valentões e suas carcaças de aço feito de raiva, ignorância e falta de bom senso, seria uma arma perfeita se fosse para o bem dele e de todos, porem, tanto poder em mãos pequenas, escorre e encharca a outros.

Era pra ser mais uma aula qualquer, os antagonistas da historia estavam rindo, fazendo o que qualquer idiota de escola faz. A atenção voltada a eles fez o professor questionar os alunos, sobre coisas básicas, mas como alguém que estava tão desconcentrado iria lembrar-se do simples “básico”?! E assim eles não puderam responder corretamente. O desejo de pequeno Ego roçou no coração do garoto, ativando suas respostas rápidas, e soltando uma resposta exemplar, porem arrogante o suficiente para fazer nascer à ira dos baderneiros, o que era do garoto estava guardado. No fim da aula ele teria o que devia receber.

Não era primeira vez que ele fez isso, não só com os maus, mas com os bons também, o que criou uma ilha de distancia com todos os alunos. Para os professores um exemplo de cabeça, conhecimento, mas, um exemplo do que não ser socialmente. Era educado quando necessário, não chegava a ponto de ser um sociopata, mas ele poderia se tornar algum compulsivo em algum âmbito profissional, o tornando um infeliz socialmente. Mas, por incrível que pareça, não o afetou tanto.

Era comum vê-lo lendo livros, na biblioteca, conversando com gente que ele não conhecia só pra contar vantagem, algumas garotas gostavam de certas coisas dele, certas habilidades, mas ele era novo demais pra fazer o tipo de sucesso necessário anos depois, na sua futura adolescência.  Ver as garotinhas gostando de suas demonstrações de conhecimentos, numa faixa etária que ser idiota é mais lucrativo, lhe pareceu estar no paraíso, um dominador do mundo, e assim, crescia mais seu pequeno amigo cuspidor de fogo,  invisível.

Mas voltando ao final da aula, ele foi perseguido, e se não fosse esperto o suficiente, teria sido pego e apanhado de forma épica, mas não foi dessa vez. E assim, percebeu que precisaria ser melhor, mais ainda do que pensara ser, era ser melhor ou apanhar.
Ele achou graça depois desse fato, e dai surgiu sua ideia, se algo ruim como quase apanhar era ruim, e ao mesmo tempo engraçado, então a partir daquele instante, ele seria arrogante e "verdadeiro" o suficiente para ser engraçado, e assim, quiçá ganhar mais respeito - Ou começar a ter, no caso -.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Cara, casa. Tudo sozinho. (Caio S.C.)

O cheiro do oceano tocou seu olfato, o sol, refletido no mar, mandava seus raios por entre a janela, grande e aberta e as cortinas flutuavam com a brisa. Entre essa cena, que um homem recém acordado estava a olhar, via o melhor de todo esse quadro, que era a bela mulher de cabelos longos e negros, o vento criava estreitos pontos de visão para seu corpo e suas curvas, ela era magra, seu quadril tinha dimensões julgáveis perfeitas, podia até não ter muito seios, mas tudo aquilo era uma linda equação criada pelo destino.
O homem se levanta, eles se olham, ela com o seu olhar entre o ombro e seus cabelos, um sorriso e olhar sem malicia. Era uma cena magnífica, ele não poderia querer mais nada da vida. Mas a bela mulher deu passos para fora do quarto, virando a esquerda, e quando o homem foi lá para vê-la e beijá-la, ela já não estava lá. Só lhe restava a vista a beira mar, o vento e um resto de perfume de mulher. Somente.
[...]
Agora ele estava em direção ao banheiro, e não tinha idéia de como tinha chegado ali, mas ele continuava a seguir o caminho, este no qual, se podia ouvir uma bela voz cantando, outrora desafinando, outrora cantarolando uma parte esquecida da melodia. Ele chegou ao banheiro, abriu a porta e viu uma bela mulher loira tomando banho, seus olhos claros e seu corpo bem formado em pequena escala, delicada, entre o véu plástico do Box, com seu cabelo dourado preso, ela segurando com as mãos rentes ao corpo a água fria que caia, e então ela pediu para que o homem pegasse uma toalha no guarda-roupa, ele deu uma ultima observada nela, ambos abriram um sorriso, ela disse “O que foi?! Vai logo – risos –“, e então foi, chegou ao guarda-roupa, pegou uma toalha verde, aproveitou para colocar uma bermuda, terminado, ele voltou ao banheiro. Mas ela também não estava lá. O chão do banheiro seco, sem nenhum fio de cabelo no ralo. O que seria estranho para a aparente casa cheia de mulheres.
O homem ficou pensativo, afinal, que diabos era isso?!
A fome veio como um soco no estômago, logo ele queria matar esse vazio.
Logo após descer a escada de vidro, passar pela grande sala de estar daquela mansão de praia, e seguiu seu caminho para a cozinha, se deparou agora com outra mulher, uma linda morena de olhos azuis, comendo cereal, ela pegou um morango, levou a boca, percebeu a presença do homem, sorriu e disse “Bom dia”. Perplexo pelas aparições, foi se aproximou da mulher, olhou em seus olhos, a luz os tornava ainda mais claros, de um azul digno de um céu limpo de primavera. Ele a tocou e a deu um beijo, e assim, mais uma desapareceu em sua frente.
Cada vez ele se sentia com um vazio, e cada vez mais só - do que se podia ser - com toda hora uma paixão, ou corpo uma vez desejado, desaparecendo. Ele precisava ficar calmo, aquilo não era normal, ele não estava normal.
Seguiu seu caminho automático para a varanda da cozinha, onde sempre fumava um cigarro na tentativa de retirar seu estresse em forma de fumaça. Olhou para o céu, e viu ao horizonte as nuvens cinza e pesadas se aproximando, ele não tinha mais muito tempo para aproveitar o belo dia que logo se esvaia. Acendeu o cigarro, tragou, e soltou sua fumaça, cabisbaixo pelas perdas que eram antes fáceis e superficiais, simplesmente pelo fato de ser ele quem desaparecia da vida da mulher, nunca o contrario. Ainda de cabeça baixa, fechou os olhos, quando os abriu pode ver uma serena mulher ruiva meditando, com sua calça de malhar e top, um corpo nada especial, porem simples e tão aparentemente acolhedor naquele momento.
O homem se sentou ao seu lado, pode ouvir a respiração da mulher, e até mesmo a sua ofegante, surpreso pela aparição e quase tossindo pelo cigarro. Ela percebeu sua presença, abriu um de seus olhos, verdes, em contraste com os belos cabelos vermelhos. “Então, qual é a sua?”, ele quase sem ação perguntou “Po-por que vocês estão fazendo isso?!”, ela rapidamente disse muito calmamente “É você quem esta fazendo consigo mesmo”. Ela levantou-se, ele ficou ali uns instantes sem postura, derrotado, ele tinha entendido a mensagem delas, de todas, tudo que ele nunca levou em consideração veio como um tiro em sua cabeça em sua alma. Foi uma epifania, e o vazio agora estava muito maior.
Sentou-se no sofá da sala, olhou para o lado, serviu-se de umas doses de Whisky, tomou um gole, olhou pro teto com a cabeça recostada. Agora só havia ele e sua casa grande, mais nada, sem fotos, sem momentos, sem pessoas, sem sentimentos. Pelo menos não sentimentos que devessem ser alimentados. Caiu no sono, na esperança de acordar com a possibilidade de ser um cara melhor. E claro, sonhou com mulheres novamente.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A Flor (Caio S.C.)



Te encontrei,
por acaso
no caminho.
Tinha uma bela cor
porém, tinha espinhos.
Querer te ter foi fácil,
e mais fácil
não querer ser mais sozinho.
Subi o meu máximo,
e tentei te pegar.
Não te deixaria pro próximo,
contigo,
acelerei meu andar.
A mais bela flor,
que parecia impossível pegar.
Tinha o perfume,
chamado paraíso
e você me levava pra lá,
com olhares,
e carinhos,
um pouco de chantagem,
direcionada ao amor,
ou seria sacanagem?!
As duas não divergem tanto,
por que caminham juntos.
E se estão unidas,
faz até parar o mundo
no meio de uma tarde,
Torna corajoso um forte,
e afasta os covardes.
É lá onde quero te ter,
Cedo,
amanhã,
ao anoitecer.
A mais bela flor,
roubei,
e guardei pra você.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Correr pra viver, nada haver com fugir [+música] (Caio S.C.)


Indico que leia esse texto com a música "Prayeer Of the Refugee"- Rise Against. Deixe repetir se for o caso de uma leitura onde se presta mais atenção no escrito.
-Que belo dia, não?!
O céu estava lindo, e ele estava olhando pra cima, cheio de energias e esperanças, amarrou o tênis, e saiu correndo. Aquilo era amor, correr era paixão, não havia medo no que se fazer. Foi, sem medo, afinal, ele nasceu pra ser livre.
Tudo começou a passar muito rápido, as árvores, as pessoas, cada vez mais lentas, mais manchadas. Menos vivas do que aquele garoto, correr era o que ele amava, e ele não parava. As arvores, pessoas, tudo borrado, fechou uma curva, muito rápido, o vento lhe levava a outro lugar, como um piloto de formula 1 sem capacete, era inacreditável. 
Ele sentia a vida bater em seu rosto, a morte corria atrás dele, ou se preferir, uma multidão de zumbis. Era um cão faminto, faminto pela vida. Os velhos, pra ele estavam mortos, os jovens, estavam velhos, e as crianças se inspirariam nele, um jovem louco, que corria como o mesmo. 
"Parar de correr pra que mesmo?!"..."Ah, é mesmo, respirar." Mas correr pra ele era o mesmo que respirar, mas ele teve de parar. Ele foi muito longe. Mas não acaba aqui.
Ele parou pra respirar.
Inclinou-se, e levantou a cabeça de novo.
-Uff, uff- era ele ofegante. 
Olhou pro céu novamente e disse:
- Calma ai, eu já te alcanço!
E se colocou a correr novamente, dando um pulo, puxou ar como quem estivesse a horas de baixo d’água.
Mais vento, mais velocidade, isso era o que ele mais queria na vida, sentir tudo passar, sendo livre, arriscando tombar com qualquer um, só pra ver as obras do acaso.
Agora era tanta velocidade que não havia tempo pra vírgulas.
Era velhos caminhando crianças brincando com bola sem bola de skate de patins de bicicleta tinha muita criança mas isso não importa os velhos eram tão caquéticos que falta de respeito dele mas ele era um Deus agora dono da própria vida e do seu mundo e gritava:
-QUE SE DANE TUDO, EU QUERO CORREEEEEEEEEEEEEEEEEEERRR
Para quem ficou pra trás sua voz se esvaiu, e saiu do campo de visão, com 10000 graus de miopia ou não, ali, entre as arvores do parque.
Pra onde ele foi não se sabe. Talvez pra casa, mas isso seria muito fraco de se fazer.
Possivelmente continuou correndo.
Ele lhe agradeceria por lembrá-lo como um cara que corria, corria pra viver, por que correr era viver.

Faça como ele, faça de algo, algo que lhe mostre estar vivo.
Algo que te mostre como ele, que: É preciso correr pra viver!
Não estou falando de fugir, é correr pra viver, e viver pra correr.
Hasta la vista!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Choveu... (Caio S.C.)


"E o tempo sentiu minha tristeza,
e logo começou a chover,
pois ficou-se sabido
que eu iria morrer.


Minhas poesias aqui ficam,
inspiradas em você.
Quisera eu um dia,
voltar a te ter.


Não é fácil correr pra lá,
de onde nada vem.
Espero que um dia,
nos encontremos também.


Sei que soou meio mórbido,
mas você sabe que faz parte,
enquanto houver a morte,
a vida será uma arte.


Era pra se dizer sobre amor,
mas não sei se falhei.
Essas coisas são interligadas,
não importa os argumentos que se tem.


Isso não são minhas juras de amor eterno,
mas a certeza de que um dia,
me veras de terno.
=) "
Caio S.C.