sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Esboço Rasgado (Caio S. C.)




A primeira lágrima cai no papel
as seguintes também.
A mão tremula procura segurar com ternura
tudo o que podia ser

Desenhado o destino
em puro grafite
um traço sem jeito
incerto e inseguro

A mão da realidade vem
rasgando fibra a fibra
a boca despenca os cantos
a perca é engolida a seco

O que podia ser
agora nada será

Se tornou pagina arrancada
O esboço continuava ali
a arte morta e parada no papel

O vento leva a folha
que dança no ar,
feito folha
sobe aos céus enquanto queima

Queima
O desenho
A folha
A pagina
O que podia ser
O Destino
O papel e a lágrima.

Queima a página
virada,
arrancada.

Queima tudo
tudo o que podia ser
mas não será.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Tolo Erro (Caio S. C.)

Te procuro em cada rosto
cada olhar
e não te reconheço

ora
tolo erro
nem a conheço

amo a quem afeto
dentro desses seios
mas não te sinto

ora
tolo erro
ainda nem te conheço

Olho para a esquerda
com receio de na direita você estar
e te perder

ora,
tolo erro
desta forma nunca iremos começar

Morro todo dia por dentro
por não te encontrar em local algum
somente em minha mente

que a mim
mente
ao te inventar.


quarta-feira, 4 de outubro de 2017






Te enxergo em cada entrelinha

Entre linhas de energia é minha lua

Entra em minha noite

como estrelinhas





Vive no meu peito como batida

Ilumina

Pois és meu sol

No dia a dia.


Caio S. C.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Queria (Caio S. C.)




Queria poder contar tudo aquilo que seu olhar me cala
contar todo desejo em um sussurro
beijar-te com todo amor
que minha mente obriga a mentir
e então mascara.

Queria que o pouco tempo que se tem,
entre uma porta e outra
em uma madrugada fria,
se estendesse ao calor do sol que nasce.

Queria despir seu corpo
sem roupa, sem máscaras, sem a casca
de medos que te cobre,
a ele amar e forrar de êxtase.

Queria
e a ti preencher
de sensações sinceras
e verdades quentes.

Queria,
vontade passada,
uma mentira que conto a mim.
não posso conjugar no passado
sendo que realmente
meu coração a ti
foi dado.

Pois então,
Quero!
vislumbro dedos entrelaçados
e lençóis molhados.
Bocas em toques sutis
e em palavras digo
te quero


"Amarelo" por (Caio S. C.)





as noites são escuras

e de vez em quando

os dias também,

as horas podem demorar a passar,
essa vontade que cresce por dentro,
essa infiltração em forma de sofrimento
em algum momento vem a cessar.

se te doí
corroí e machuca
encontre aquela alma
que te ouve e te auxilia.

encontre seu profissional
quem poderá te entender,
não existe razão
para não receber ajuda

ainda existe mais felicidade na vida
a se viver
do que sofrimento a se experimentar.

não se deixe ir
as noites são escuras
e um dia nublado pode demorar a passar.

permita-se esperar pelo Sol da amanhã
que sempre te aguarda com tanto calor.
Afinal
sem saber de tanto carinho
você já é, com muito amor
o Sol de outro alguém.

"Amarelo" por (Caio S. C.)

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Calado (Caio S. C.)

Calado (Caio S. C.)




A chuva molha a alma,
que clama por atenção.
O vento seca a lágrima.

O silêncio da boca,
o coração cala.

A distância do reciproco
se encontra no beijo
e no abraço.

O vazio se faz profundo
em tão pequeno espaço.


Um amor sufocado
por lábios partidos,
presos em prosa congelada.

Um sentimento calado,
uma paixão não realizada.

Em sua mente dorme um momento
no coração reside a tormenta.
Em seu estomago,
mora o tormento.

O selar de um amor
que nunca vem acontecer
tenta escapar um "Eu te amo"
entre as palavras da frase
"Foi bom te ver".



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Tentáculos (Caio S.C.)




Homem ao mar
Naufrago do engano
Eremita ao azar
Sentenciado sem amar


Monstro das águas
Garras sutis
Tentáculos de controle
Tentáculos da sociedade do mar

Afoga
Morre
Engole a tinta de ilusão
Fracassa em prender a respiração.

Mãos vazias
Corpo nu
Alma na areia
A maré se torna seu único cobertor.

(Caio S.C.)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Amargor (Caio S. C.)


(Leia a poesia ao som de Yiruma - Kiss The Rain)




A amarga magoa do amar
Entra pela boca em um beijo
De despedida e desejo
Com anseio pelo retornar.

A amarga magoa do amor
É perder de vista
A mão que se possuía.
É perder o perfume de uma flor.

A amarga magoa de quem amou
É sentir a mesma fragrância no ar,
Pertencendo a outrem
Que tinha tornando-a singular.

A amarga magoa de quem foi amado
É se encontrar perdido,
E não ser procurado.

A amarga e dura
Cruel e fria magoa de um amor
É o sabor de ser trocado.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Fogo (Caio S. C.)



Algumas vezes
sinto um frio invernal em meus ossos
estremece nervos
e a carne endurece.

Algumas vezes
esse frio invernal
me faz ansiar pelo fogo de uma lareira,
uma fogueira leal
um fogo real

O corpo pede
para sentir o contraste de temperatura
o mesclar de sensações.
O corpo quer o frio vento livre de ser só
e o calor de uma paixão.

A pele esgana e clama
pelo rubor do fogo e brasa
pela chama incandescente
como o arder de lenha e palha.

Nossas mãos flutuam perto da dança laranja
preenchendo os dedos de calor e amor
como corpo de amante.

A silhueta se move,
o calor aquece.
Mas o amor é fogo
que esfria, se apaga
se esquece.